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Mulheres e a Dependência Química

Quando o assunto é dependência química, as mulheres representam um dos maiores grupos de risco no Brasil. Apesar das taxas de consumo de substâncias de abuso entre as mulheres se aproximarem cada vez mais dos homens, elas ainda bebem menos, mas adoecem mais cedo e de forma mais grave. Ainda assim, a dependência feminina começou a ser amplamente discutida apenas nos últimos 50 anos, enquanto as abordagens específicas que atendem ao grupo, há 20.


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As drogas mais recorrentes no grupo são o álcool, tabaco, cannabis e solventes. Além disso, o consumo de benzodiazepinicos (calmantes) é três vezes maior por mulheres do que por homens, perdendo apenas para as anfetaminas, consumida cinco vezes mais pelo público feminino.


Diferentemente dos homens, a utilização de drogas é vista como incompatível com o papel da mulher, segundo o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT). A maternidade e o receio de serem consideradas incapazes de cuidar dos filhos são alguns dos fatores que levam mulheres a não submeterem-se ao tratamento adequado.


“Enquanto, mundialmente, um em cada três usuários de drogas é mulher, apenas um em cada cinco usuários de drogas em tratamento é mulher", disse o diretor executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Yury Fedotov, em seu discurso sobre o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas.


As razões que levam as mulheres a iniciarem o uso de drogas, por sua vez, diferem das dos homens. Elas relatam mais problemas intrapsíquicos, como depressão, sentimentos de isolamento social, pressões familiares e problemas de saúde.


A probabilidade de uma mulher se tornar dependente química é mais alta do que a de um homem e elas possuem uma maior taxa de mortalidade ocasionada pela injeção de drogas. Soma-se a isso que o consumo de drogas pelo sexo feminino está relacionado com o aumento de risco de desenvolvimento de tipos de canceres ginecológicos, complicações nas gestações e alterações no ciclo menstrual. Drogas como o ectasy, tem seus efeitos mais fortes nas mulheres, segundo pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Psiquiátricos da Universidade de Melbourne.


As mulheres também sofrem mais com os efeitos das bebidas, já que a substância tem uma tendência a se concentrar mais em seu sangue. Isso se deve à maior proporção de gordura encontrada no corpo das mulheres, à menor concentração da enzima que metaboliza o álcool no estômago e ao menor volume de água no corpo, o que torna a metabolização do álcool mais lenta.


Mulheres tendem a ficar mais viciadas, apesar de possuírem menor índice de uso dessas substâncias. Estudos como o artigo Sex Differences in Drug Abuse mostram que uma das possíveis explicações para isso são as diferenças encontradas nos cérebros dos dois sexos, como a influência dos hormônios femininos, a exemplo do estrogênio.


Julgadas pela sociedade como promíscuas, amorais e irresponsáveis, mulheres dependentes sofrem com a negação e ocultação da situação, enquanto homens recebem, diariamente, maior mobilização para tratar o problema — seja da família, da medicina ou da própria mídia.


Fonte: USP - Universidade de São Paulo


Você não precisa lutar contra a dependência química sozinha. O projeto "Qual é o seu motivo?" tem ajudado adolescentes e pré-adolescentes a abandonarem o vício. Fale conosco.

 
 
 

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